Fã clube Luan Santana

SHOW EM TATUÍ 17/01/2010

05/04/2010 16:44

Foi mágico, galera.

Chegamos em Tatuí lá pelas 15h. A cidade, com pouco mais de 100.000 habitantes, aparentemente calma, pareceu não notar o indiscreto onibus do Luan,

que posava para fotos em frente ao hotel Bela Vista, na R. Vc. Pref. Nelson Fiúza. Bom, se a cidade não notou, nós notamos. E como!

Eu e a Fê começamos a tremer. Não só a mão, não! Estávamos tremendo por inteira. Cabeça, braços, pernas e barriga. E ainda só estávamos vendo o onibus de dentro do carro. Descemos e entramos no hotel, com a cara e sem coragem.

A Fê com a sua cara loira e azul de pau, já foi falando que era fã, que veio de São Paulo, que pegou trânsito e que com ousadia queria simplesmente: CONHECÊ-LO. O segurança deve ter prendido a risada, porque se manteu firme e disse que poderia até ser possível tirar uma ou outra foto com o tal fenômeno. Trocamos mais algumas palavras e voltamos para a famosa "pretinha". 

Já na rua do show, fomos ver o movimento. Os portões estavam fechados e a fila, de baixo de um sol de rachar a mamona, mantia-se firme. Decidimos depois de uma (quase) votação que deveríamos voltar para o hotel, alugar um quarto e lá ficar até o início do show, que diferente do site do Luan, estava marcado para as 20h.

No Bela Vista, pedimos um quarto para o recepcionista.

- Todos os quartos estão lotados.

- Então ele fechou o hotel pra ele? - perguntei debochando.

- Não, ainda temos uns quartinhos bem simples para três pessoas. - disse rindo ressaltando seu espanto em relação a nossa ida a Tatuí.

Aliviadas, pagamos felizes os cinquenta reais de diária.

Já acomodadas, tranquilas e não mais meladas de suor, esperamos o principezinho chegar para nos dar um autógrafo e um aperto de mão.

Sim, tinham algumas meninas esperando com a gente, mas acho que nem eram tão fãs assim, porque depois de uma foto forçada e um abraço frio elas foram embora e nem reclamaram.

Eu e a Fê fomos as últimas, mas não menos importantes. Tiramos a tal foto e recebi uma assinatura e um beijo ilegíveis no meu DVD.

Ele foi embora. Ele saiu da recepção com um tchau cansado e morno (e foi esse morno que me fez chorar).

Primeiro veio a raiva e depois a decepção. Eu estava chocada. Eu achava um absurdo um garoto tão doce passar a ser, sem escalas, um garoto indiferente com suas fãs. Eu achei isso ruim mesmo. E sofri durante uma hora.

O Luan passou por nós antes de ir para o Uaná Club, até disse um oi sem jeito.

Ele me viu chorando.

Fomos pro show logo em seguida.

A Fê me ajudou e o meu rosto secou. Secou pra ficar todo molhado de chuva. Mas chuva é bom. Chuva não é tristeza. Chuva não dói.

Estávamos na grade.

Nós. Grade. Seguranças molhados e frouxos. Luan.

Luan no palco. Num palco que era tão alto que só enxergaríamos alguma coisa se ele estivesse bem na beirada.

Ele sabia disso. Ele sabia e tentou, na medida do possível, manter-se no campo de visão das fãs histéricas que gritavam "A-Ha, U-Hu, o Luan Santana é nosso!".

Mas a chuva não ajudou. A chuva só piorou. E chegou uma hora que eu achei que ia morrer afogada. Compramos uma capa de chuva grudenta. Tiramos os chinelos e pulamos, gritamos, amamos por mais de uma hora e meia.

O Luan cantou. Cantou com aquela voz que só ele tem. Dançou sem medo. E mandou a chuva para os infernos.

A verdade é que nós nos lambuzamos. Nos lambuzamos de sonho, de terra, de chuva. E o show não poderia ter sido melhor.

A nuvem desistiu de chorar e ficamos ali. Ficamos naquele fim de show bonito. Com cara de fim de show, mesmo. Com o cansaço das vozes. Com o maxilar travado. Com o rosto encharcado de emoção.

Voltamos para o Bela Vista (não tão bela assim).  

O caos tomou conta da casa disfarçada de hotel (ou o contrário). A situação era clara. Enquanto o ônibus estivesse ali, as fãs molhadas de admiração não arredariam o pé de lá.

Dito e feito.

Precisaram chamar a polícia. Sem eles o Luan, com certeza, não sairia.

Antes dele sair estávamos lá, no corredor do hotel, pensando em como seria bom se ele aparecesse para trocar algumas palavras.

Ele apareceu. Trocamos agradecimentos e lições de moral (talvez?). Ele foi gentil. Ele foi doce. Ele foi meu ídolo. Ele era ele. E eu não cabia em mim de tanta felicidade.

A Fê saiu agarrada com ele, e causou espanto em uma fã muito da mau-educada. Foi bonito de ver.

O fenômeno de Tatuí entrou no ônibus cercado de armas, de berros e de amor. E lá ficou até o pôster ambulante* tomar o rumo de casa.

Ficamos lá fora, em frente ao hotel, jogando conversa dentro com várias das pessoas ótimas que cercam o famoso garoto prodígio.

Pedi para que entregassem um bilhete para o Luan. A surpresa veio quando recebi a resposta.

Ele quebrou as minhas pernas. Ele quebrou toda a marra que restava dentro de mim.

Ele foi bom. Ele foi perfeito.

Mas, não digo perfeito de brilhante, de bonito, de nada disso.

Perfeito de completo.

De finalizado.

Concluiu com excelência seu papel de ídolo. E nós o de fã.

O de fã que torce.

O de fã que segue.

Porque eu não sei ser meio fã.

Sou inteira.

Sou assim.

Intensa.

 

 

*pôster ambulante = ônibus estampado

 

(por Marcella Braga)

 

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